quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

DROGAS...VOCÊ ESTÁ PREPARADO(A) PARA ENFRENTÁ-LA?!?

As drogas constituem um crescente desafio. No nosso dia-a-dia, desde um simples xarope que contém codeína, passando pelo chá (teína) e pelo cigarro (nicotina) até a morfina usada em anestésicos, tudo são DROGAS.

Maconha, haxixe, ópio, LSD, cocaína e o nosso conhecido ÁLCOOL viciam diariamente centenas de jovens, muitos deles bem próximos a você.

NÃO FIQUE INDIFERENTE A ESTE PROBLEMA. LEIA COM CARINHO E ATENÇÃO. COPIE E DIVULGUE-O. VOCË PODE SALVAR SEU SEMELHANTE. DEUS LHE DARÁ EM DOBRO.

I — O TRAFICANTE

Em 95% dos casos, o início dos jovens na droga é feita por amigos, namorados, colegas. Após induzir o jovem ao vício, mediante a OFERTA GRATUITA das primeiras doses, o traficante (às vezes só um mero "passador", intermediário) ensina ao viciado as gírias, os "macetes", os contatos, os pontos de venda. Às vezes, o viciado, por precisar cada vez mais de dinheiro para financiar seu consumo crescente, começa a comprar quantidades maiores para revenda. Assim, ele vai aliciar facilmente seus amigos, formando sua clientela. O consumo vai aumentando, dificultando também a ação dos pais e da polícia, pois qualquer bailinho, reunião, festinhas no clube, na escola, em residências, etc., podem ser "pontos de revenda".

Como se vê, a repressão é difícil, tornando-se indispensável a fiscalização e a participação de todos nessa tarefa. Veja com quem o seu filho anda e quais os lugares que freqüenta. Isso pode evitar muitos dissabores futuros.



II — A IDADE PERIGOSA

Com a adolescência, geralmente, o jovem tem sua visão de mundo alterada. Os valores deles são outros, contestam as leis, os poderes constituídos: o pai, a mãe, a Igreja, a família, a Pátria, as gerações mais velhas.

O adolescente se afasta do lar, procurando o convívio de jovens de sua idade. É um momento em que o jovem se torna vulnerável. Por isso, se o adolescente começa a ficar arredio, "desligado" demais, impaciente e sem disposição para o diálogo, algo vai mal.

Quando a isso se alia uma queda no desempenho escolar, as drogas podem estar por perto. Use de toda sua paciência e amor, mas de energia, para persuadi-lo dos EXTREMOS PREJUÍZOS QUE A DROGA PODE TRAZER.

III — MOTIVOS QUE LEVAM AO VICIO

a) curiosidade;
b) influência dos amigos;
c) prazer imediato que produzem;
d) fácil acesso e obtenção;
e) ilusão que elas resolverão todos os problemas;
f) mau relacionamento com os pais, e
g) falta de perspectivas.

A curiosidade, a busca do prazer, a atração do "barato" e o modismo são as causas principais para a primeira experiência. Eles vêem a "VIAGEM" como uma experiência agradável e positiva. Mas, sabemos, elas apenas ESCONDEM os problemas por um momento breve. Elas anestesiam, disfarçam as sensações desagradáveis. O consumo pode trazer graves conseqüências físicas e psicológicas ao ser humano. Ao se ver num estado depressivo, o viciado procura novamente o PRAZER ILUSÓRIO da droga e, assim, o vício prossegue indefinidamente.

IV — COMO A DROGA AGE

Drogas são substâncias naturais ou sintéticas que, ao penetrarem no organismo sob qualquer forma (oral, subcutânea, inaladas, etc.), vão para a corrente sangüínea Ao chegarem ao sistema nervoso central, alteram o equilíbrio, fazendo a pessoa sentir-se "diferente". Normalmente, o ser humano usa drogas como remédios, anestésicos, analgésicos, etc. Todavia, algumas delas fazem com que o paciente crie dependência, necessidade incontrolável de continuar consumindo a substância, mesmo sabendo dos efeitos nocivos que apresentam.

O certo é que o uso prolongado da droga faz com que seu consumo aumente, isto é, o indivíduo irá precisando cada vez mais de uma maior porção para obter o mesmo resultado. Alucinações, distúrbios físicos e mentais poderão ser ocasionados por superdosagem (OVERDOSES) que, geralmente, levam ao coma e à morte.
Conforme o efeito, as drogas podem ser SEDATIVAS, ANALGÉSICAS, NARCÓTICAS, ESTIMULANTES, ALUCINÓGENAS.

V — CARACTERISTICAS / SINTOMAS

MUDANÇA DE HUMOR E DE PERSONALIDADE, MENOR RESPONSABILIDADE.
Tristes num momento e, imediatamente, às vezes, felizes. Alternância de sentimentos anormais de pânico, ansiedade e medo. Ficam desconfiados, nervosos, dissimulados, mal humorados e pouco afetuosos. Não fazem os afazeres domésticos, chegam tarde, esquecem datas importantes e reuniões de família, deixam o quarto desarrumado.

MUDANÇA DE AMIGOS, PASSATEMPOS, INTERESSES, SOLICITAÇÃO DE MAIOR PRIVACIDADE, DIFICULDADE DE COMUNICAÇÃO.

Perdem o interesse pelos estudos, esportes e por outras coisas de que sempre gostaram. Mudam os hábitos, a linguagem, o corte de cabelo, o modo de se vestir, matam aulas, não fazem a lição de casa, recusam-se a discutir sobre seus amigos e atividades, ficam brigões, exploram as fraquezas dos adultos.

DETERIORAÇÃO FISICA E MENTAL.

Aumento dos sentidos do tato, paladar ou olfato, aumento do apetite, raciocínio ilógico e incoerente, perda de peso. Parecem doentes e cansados, sintomas de resfriado crônico, olhos vermelhos, nariz escorrendo, dores de cabeça, manchas roxas, sangramento das gengivas, fraqueza muscular, tremor nas mãos.

ODORES E OBJETOS ESTRANHOS.

Algumas vezes, costumam deixar sinais à volta e em seus quartos, tais como: cheiros estranhos, desodorantes para encobrir o cheiro da droga, incenso, cachimbos, papéis para enrolar "baseados", etc.

VI — EVITANDO AS DROGAS

1) Aprenda tudo o que puder sobre o assunto, pois assim você tomará consciência dos males que as drogas podem trazer. Quando elas não matam, arruinam a vida da pessoa, prejudicam-na na escola, nos relacionamentos, inclusive sexuais, tomando-a doente física, moral e psicologicamente.

2) Procure resistir à influência negativa dos "amigos" e colegas, trocando o círculo de amizades, praticando esportes, envolvendo-se em atividades moralmente elevadas, beneficentes, religiosas, filantrópicas, etc.

3) Dialogue aberta e francamente com os pais, com os mais velhos, com amigos mais esclarecidos, professores.

4) Imponha a você mesmo regras e limites claros quanto ao uso de álcool, do fumo, etc.

A MELHOR FORMA DE EVITAR ABORRECIMENTOS, É EVITAR A PRIMEIRA DOSE, O PRIMEIRO COPO, A PRIMEIRA TRAGADA. Você não sabe o seu grau de dependência e as conseqüências.

Aqui vão esclarecimentos sobre os tipos de drogas mais importantes.

COCAINA

E um pó químico, de cor branca, derivado das folhas secas da COCA, planta da América do Sul.

É consumida sob a forma de pó, que é aspirado, mas pode também ser fumada ou injetada no sangue.

Pode causar a morte por ataque cardíaco, crise respiratória ou convulsões. Causa a impressão de ânimo, excitação, extroversão, pois afeta o sistema nervoso central. Após sobrevêm os sintomas desagradáveis de depressão, ansiedade, alucinações, desconfiança.

Provoca rápida dependência, um "rombo" nas finanças devido ao seu alto custo, podendo levar as pessoas a atividades ilegais. Destrói a mucosa interna do nariz, causando muitas dores, escorrimento e hemorragias nasais.

ÁLCOOL

O álcool é a droga mais difundida atualmente. É depressivo do sistema nervoso e não estimulante, como muitos supõem. A maior parte dos alcoólatras começam a beber na adolescência. Seu uso prolongado torna a pessoa repulsiva, com mau hálito, olhos injetados, fala difícil. Perdem-se os valores morais, os hábitos de higiene. a memória e o juízo ficam afetados, o indivíduo indispõe com os familiares, com amigos. com o patrão. com a sociedade, o que o leva a perder o emprego, os amigos e, freqüentemente, a família, além de correr sério risco de começar a sofrer das faculdades mentais, dos nervos, do fígado, pâncreas, estômago, etc.

O alcoolismo leva à cirrose, à intoxicação, à morte, à invalidez, à impotência, a acidentes graves. Sua cura é bastante difícil. Mesmo curado, o ex-alcoólatra é um viciado em potencial.

SOLVENTES E AEROSSÓIS

Os assim chamados inalantes são substâncias voláteis, vendidas legalmente e utilizadas indevidamente como drogas, ao serem inaladas. Tais substâncias são encontradas em produtos de uso doméstico e industrial como aerosol, gasolina, cola de sapateiro, solvente de pintura, tintas, éter, clorofórmio, laquê, esmalte de unhas, etc.

Os inalantes interferem diretamente na respiração, podendo chegar a causar asfixia e morte súbita por parada cardíaca, ao privar o cérebro de oxigênio.

Usar inalantes pode causar uma sensação de estrangulamento, tomar irregulares os batimentos cardíacos, causar danos à visão e lesão às células do fígado e à capacidade de pensar com clareza.

A pessoa que utiliza inalantes pode vir a ter comportamento violento, causado por distúrbios orgânicos e alucinações que podem surgir. Os inalantes são as drogas mais danosas ao ser humano. Seu uso prolongado causa lesões cerebrais irreversíveis.

MACONHA

Ao contrário do que é difundido, a maconha não é inofensiva ao organismo, trazendo conseqüências danosas para o corpo e para a mente. Ela vem da planta ‘cannabis sativa" e sua fumaça contém mais elementos cancerígenos que a do tabaco, sendo atualmente 20 vezes mais forte que a usada nos anos 60. A sua resina mais concentrada é o HAXIXE. Pode ser fumada, comida, mascada ou aspirada.

A maconha reduz o tempo de reação dos reflexos, torna a pessoa distraída e esquecida, confunde a noção de tempo, dificulta o pensamento e a concentração, distorce as percepções e a realidade. O individuo apresenta dificuldade no aprendizado e queda de rendimento no trabalho. Os usuários sentem falta de motivação, fadiga e apatia, perdendo o interesse pela escola, pelo trabalho, por exercícios físicos, pela família e pelos amigos. A maconha reduz o impulso sexual e causa prejuízo às funções reprodutoras. Pode desenvolver tolerância e levar ao uso de drogas mais pesadas.

Para maiores esclarecimentos sobre o assunto, consultar as obras:

"SALVE QUEM VOCE PUDER" e "AMOR DROGA AMOR", do autor, Presidente da Associação dos Policiais Militares do Estado de São Paulo (APOMI), Capitão PAGAMISSE.

http://www.pilb.t5.com.br/drogas.htm

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

EDUCAÇÃO REFORMADA: ENSINADA OU APRENDIDA? por Dr. James W. Beeke

Assunto: O cristão e a educação cristã Reformada: aprendida ou ensinada?

Duração: 77 minutos.

Tamanho do arquivo: 8,81 MB

Ouça on-line ou faça o download:

Educação Reformada: Ensinada ou Aprendida? (versão em MP3 indisponível; adquira o CD!)

Dr. James W. Beeke, irmão do Dr. Joel Beeke, é Professor de Teologia Pastoral em Catecismos e Doutrinação. Ele é Mestre em Administração Educacional pela Western Michigan University, Kalamazoo, Michigan, bem como Bacharel de Artes em Educação pela mesma Universidade. Ele é atualmente Inspetor e Diretor das Escolas Independentes para o Ministério da Educação, na Columbia Britânica, Canadá.

EDUCAÇÃO REFORMADA: BASE E PROPÓSITO - por Dr. James W. Beeke

Assunto: A base e o propósito da Educação Cristã Reformada: glória a Deus.

Dr. James W. Beeke, irmão do Dr. Joel Beeke, é Professor de Teologia Pastoral em Catecismos e Doutrinação. Ele é Mestre em Administração Educacional pela Western Michigan University, Kalamazoo, Michigan, bem como Bacharel de Artes em Educação pela mesma Universidade. Ele é atualmente Inspetor e Diretor das Escolas Independentes para o Ministério da Educação, na Columbia Britânica, Canadá.

Duração: 58 minutos.

Tamanho do arquivo: 6,64 MB

OUÇA ON-LINE OU FAÇA O DOWNLOAD

Educação Reformada: Base e Propósito (versão em MP3 indisponível; adquira o CD!)

http://www.monergismo.com/

UMA GERAÇÃO CANDIDATA A OBJETO SEXUAL

FOTO: Matéria sobre a Exploração sexual de crianças e adolescentes na Praia de Iracema - Fortaleza CE Brasil no link: www.fafjr.blogspot.com/

Extraído do "Washington Post" - Por Patricia Dalton* - Psicóloga em Boston - Estados Unidos

Minha filha de 23 anos disse: "Vocês não vão acreditar como a Victoria's Secret está estranha: toda em vermelho e preto, com um monte de manequins que parecem estrelas pornô." Alguns vendedores ficaram tão ofendidos com a vitrine que ameaçaram boicotar a loja; outros somente torceram o nariz. Tenho escutado variações sobre esse mesmo tema cada vez mais freqüentemente no meu escritório. As mães se dizem incomodadas com as roupas ousadas que suas filhas adolescentes e pré-adolescentes estão usando, dentro e fora de casa. Na verdade, conflitos sobre a vestimenta é o que os leva a ir para a terapia familiar. As próprias filhas podem ser imperiosas ou mal-humoradas, mas quase todas empregam a desculpa de que "todo mundo faz isso". E realmente uma grande quantidade de meninas está fazendo isso. Antes, as mulheres reclamavam de serem reduzidas a objetos sexuais.

Hoje, suas filhas estão se candidatando a ser objetos sexuais. E apesar de os pais demonstrarem desaprovação, normalmente eles não conseguem tomar nenhuma atitude. Com isso, eles colocam inadvertidamente as mulheres em risco ao permitir que pulem a "meninice". Quando uma filha sai dessa fase diretamente para a fase mulher, ela está interpretando um papel em vez de aprender gradualmente a viver sua própria vida. Essas meninas podem parecer completas, mas não são. Muitas vezes, há uma menina perdida ali. Quem defende estilos provocativos de se vestir pegou carona na mensagem liberal dos anos 60 e a levou um pouco além. Eles vêem quem demonstra não gostar do sexualmente explícito como repressores e antiquados. Uma jovem mulher me disse: "É quase politicamente incorreto dizer que algo é inapropriado." Uma das visões mais irritantes hoje em dia é a de garotas com biquínis pequenos na piscina, ou andando por aí com calças de cintura baixa e tops, ou de salto e vestidos provocativos, às vezes completas com maquiagem e jóias. E isso não acontece só nos recitais de dança. Pode ser visto diariamente.

O tempo passou, hein? As Lennon Sisters e Gidget - grupos adolescentes americanos dos anos 60 - da nossa meninice estão a anos-luz das atuais Britney Spears e Lindsay Lohan, dois atuais ícones femininos da música e do cinema. A ponte entre essas duas gerações de estrelas foi Madonna - antes de ela ter filhos e dar um jeito nas suas apresentações. Em algum momento das décadas passadas, enquanto nós, adultos, não estávamos olhando, a classe sumiu e a vulgaridade assumiu. Volte algumas décadas atrás (se você tem idade o suficiente) até o surgimento da pílula, o primeiro método confiável de controle de natalidade. O que testemunhamos hoje em dia é o desmoronamento da subseqüente revolução sexual. Foi-se o medo da gravidez indesejada. Em conjunto, veio a assimilação de que problemas sexuais eram o resultado da repressão e que relaxar as restrições e a estrutura permitiria a todos viver em uma espécie de utopia sexual.

Bem, a chamada utopia está aqui e as mulheres mais velhas têm razões para ficar alarmadas com os perigos que as jovens mulheres estão trazendo para si mesmas. Essas garotas certamente são tratadas como objetos assim como em qualquer geração anterior. É um tratamento pré-liberação disfarçado de pós-liberação. "Voltem antes que seja muito tarde!", queremos alertá-la. Porque o que as espera com este comportamento não é o Príncipe Encantado. O mais provável é que se encontrem solitárias e arrependidas. Por alguma razão, no entanto, muitas mulheres adultas não conseguem seguir os instintos nos quais confiaram durante séculos para se protegerem e às filhas. Não há mais padrões comuns de vestimenta e comportamento que os pais, as escolas e a sociedade costumavam fortalecer em conjunto. Na minha faculdade, por exemplo, usávamos uniforme; a saia tinha que tocar no chão quando nos agachávamos - e os professores verificavam! Deixaram os pais sozinhos para discutir isso, da cabeça aos pés, com suas filhas adolescentes. As mães que vêm ao meu consultório muitas vezes expressam dúvida sobre seu próprio julgamento, sem saber onde colocar limite quando suas filhas se vestem de forma provocativa. Enquanto isso, as meninas admitem abertamente que apenas reproduzem o que vêem na mídia. Uma jovem me disse que adorava o seriado da televisão Sex and the City, mas sabia que ele "contribuía" para o problema. Outro seriado, Desperate Housewives, também.

Quando vejo crianças vestidas como "vamps", lembro das palavras da escritora Marie Winn no seu livro de 1981, Children Without Childhood (Crianças sem Infância): "A idade da proteção acabou". Ela descreveu a pesquisa do especialista austríaco em comportamento animal Konrad Lorenz sobre o que ele chamou de características neotênicas nos jovens de várias espécies e o objetivo a que servem. Nas crianças, essas características englobam cabeças e olhos desproporcionais e proporções corporais pequenas e arredondadas. Lorenz supõe, por hipótese, que essas características funcionam como "mecanismos de liberação" internos. Elas provocam ou nutrem respostas protetoras dos adultos. Os pais - às vezes, sem perceber - colocam suas filhas em risco quando camuflam essas características ao permitir que se vistam como adultos. Esse tipo de vestimenta leva a criança a imitar comportamentos da mulher adulta que ela ainda não entende. Isso pode causar um curto-circuito no desenvolvimento normal. Pode também encorajar crianças mais velhas e adultos a se relacionar com essas jovens como seres sexuais, às vezes, com conseqüências trágicas.

Fonte da Foto Menina e o caminhão: http://www.rainhadapaz.g1.br/projetos/musica/historia_musica/mpb/roteiro_apresentacao4.htm , foto usado no trabalho apresentado por alunos sobre o caos da prostituição infantil.


Fonte: http://sociedadeapostolado.blogspot.com/2008/05/moda-e-comportamento-entre-adolescentes.html

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A EDUCAÇÃO DOS FILHOS NA PÓS-MODERNIDADE

por Valmir Nascimento Milomem Santos

PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA ENSINAR A CRIANÇA NO CAMINHO EM QUE DEVE ANDAR

A Bíblia é muito clara sobre a origem e o propósito da família. Embora os evolucionista digam que ela seja “o resultado da aglomeração de indivíduos somente para se protegerem contra predadores”(1), as Sagradas Escrituras evidenciam que ela é um belo projeto divino.

Conforme escreve Esdras Costa Bentho, “Deus é quem decidiu criar a família. Esta foi formulada para ser um centro de comunhão e cooperação entre os cônjuges. Um núcleo por meio do qual as bênçãos fluiriam e se espalhariam sobre a terra (Gn. 1.28). Não era parte do projeto célico que o homem vivesse só, sem ninguém ao seu lado para compartilhar tudo o que era e tudo que recebeu da parte de Deus”.(2)

Por esse motivo, oportuna é a definição dada pelo Pr. Silvio Limeira de que a “família é a célula mater da sociedade”; a célula básica de toda civilização; o núcleo afetivo central de onde provém toda estrutura dos demais relacionamentos sociais. Ela é, sobretudo, uma entidade sagrada. Aliás, a única instituição que é ao mesmo tempo secular e sagrada (3). Uma família não cristã ou ateísta não é “menos família” do que um lar cristão. Contudo, é claro, o lar cristão é distinto do lar dos não-crentes: “A maldição do Senhor habita na casa do perverso, porém, a morada do justo ele abençoa” (Pv. 3.33).

“O lar cristão é a expressão mais básica do corpo de Cristo e, portanto, é uma instituição civil, arraigada na criação, e uma instituição sagrada, arraigada na redenção” Michael Horton.

Em sendo, portanto, a família a célula mater da sociedade, é imperioso admitir que quando ela vai mal, toda sociedade também irá. E, infelizmente, essa é a realidade nua e crua que a humanidade tem experimentado nessas últimas décadas: o declínio da família. Numerosos fatos comprovam essa prognóstico sombrio. Quase não há necessidade de citar estatísticas. Nesses últimos quarenta anos, desfilam continuamente diante de nós os sinais do colapso da família: divórcio, revolução sexual, aborto, esterilização, delinqüência, infidelidade, homossexualidade, feminismo radical, movimento dos “direitos das crianças”, ao lado da banalização dos lares de pais solteiros, do declínio da família nuclear e de outros sinais semelhantes. Assistimos ao entrelaçamento de uma intrincada corda que acabará por estrangular a família até a morte. (4)

Jornais e revistas diariamente nos deixam a par de crimes bárbaros envolvendo pais e filhos. Situações em que mães abandonam recém nascidos em caixas de sapato ou leitos dos rios. Pais que enforcam filhos, e filhos que maquinam contra seu genitores (lembremos do caso Richtofen). Acontecimentos aviltantes que deixam o público desconcertado. Descalabros que demonstram que verdadeiramente as famílias estão em conflitos internos. Mas não se tratam de briguinhas envolvendo discussões, debates e choros. Mais do que isso, são verdadeiras guerras travadas entre quatro paredes capazes de acabar com a vida e sonho de muitas pessoas. Batalhas evidenciadas dentro de lares que deixam marcas de terror na vida dos envolvidos.

Nas palavras de Cristo os conflitos familiares seriam um dos sinais da sua vinda: “Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão”( Mc 13:12).

À toda evidência, os valores propagados nesse inicio de século XXI romperam com tudo o que dantes havia sido registrado pelas linhas históricas da humanidade. A propagação distorcida da liberdade e a implantação cada vez mais acelerada da individualidade e autonomia dos indivíduos provocou no ambiente familiar um egocentrismo sem precedentes, resultando, portanto, no distanciamento afetivo entre os familiares.

Teoricamente, o período em que vivemos é chamado de pós-moderno, cujas características são:

Hedonismo - o prazer acima de tudo;
Relativismo - a verdade e a moral são relativas;
Pluralismo - tolerância a qualquer custo;
Pragmatismo - os fins justificam os meios;
Secularismo – Rejeição da religiosidade e da atuação da igreja na sociedade;
Liberalismo – liberdade sem limites;
Antropocentrismo - o homem, e não Deus, é o centro de todas as coisas.

Voddie Baucham Jr. escreve que “não há nenhuma dúvida de que a cultura contemporânea está em crise precipitando-se rumo à destruição. Questões que antes eram consideradas assuntos definidos agora vêm à tona. Há cem anos, seria dificil prever um debate genuíno sobre a natureza e a definição do casamento, a moralidade de matar-se uma criança em meio a um processo de parto, ou se um homem é “religioso de mais” para desempenhar uma cargo no serviço público. No entanto, estas questões não somente estão sendo debatidas, mas também praticadas. O casamento entre homossexuais está tendo lugar, o aborto é um procedimento comum, e o candidatos na política regularmente sujeitam as suas convicções religiosas ao comando daqueles que os manipulam” (5).

Assim, dentro desse cenário, a educação dos filhos segundo preceitos bíblicos apresenta-se não somente como uma necessidade, mas também com um enorme desafio aos pais; principalmente se consideramos que várias teorias apresentam-se hoje sobre como melhor educar nossos filhos. Vejamos.

A EDUCAÇÃO DOS FILHOS NO TEMPO PRESENTE

Nos últimos tempos várias vozes tem se apresentado a fim de ensinar os pais sobre como educar seu filhos. Após o mercado editorial perceber que o tema deveria ser explorado em razão da demanda composta por pais apavorados em busca de receitas infalíveis para educação infantil familiar, uma boa quantidade de livros escritos por supostos especialistas no assunto foram lançados.

Para se ter uma idéia, já em 1997 matéria da Revista Veja revelava que os escritores da auto-ajuda haviam direcionado seus escritos para a área da educação infantil. “Depois de querer ensinar a vocês como ganhar dinheiro, fazer amigos, ficar magro, segurar o casamento, os escritores do gênero resolveram dar lições sobre como educar a criançada” (6), é o que dizia o início da matéria. A reportagem enfatizava ainda que tais obras vendem feito “pão quente porque, em geral, são escritas de olho num alvo fácil: a insegurança dos pais, que já não sabem mais o que fazer pelos filhos”. Afinal, eles trabalham fora, ficam pouco tempo em casa, carregam consigo um tremendo sentimento de culpa. Alguns tentam compensar a ausência entupindo os filhos de atividades, como natação, judô e aula de inglês. Outros buscam apoio na terapia, que custa dois ou três livros de auto-ajuda por semana e tem resultados demorados. Uma terceira leva cai na auto-ajuda.



De fato, depois de meados da década passada obras literárias direcionadas para a educação dos filhos tem crescido assustadoramente. Algumas, voltadas para a auto-ajuda, outras para técnicas psicológicas ou psico-pediátricas; sempre em tom pragmático, com dicas, receitas e planos sobre como a criança deve crescer e ter independência financeira, autonomia, segurança e sucesso na vida futura.

Nesse contexto, pais inseguros recorrem a esse tipo de expediente a fim de tentarem auxiliá-los na criação da prole. Muitos, inclusive, cristãos, que, em momento de desespero partem em busca de dicas ideais para a condução familiar. Obviamente que alguns desses livros tem muito a contribuir com os pais, porém, na grande maioria não passam de trabalhos improdutivos que nada têm a oferecer, cujos ensinamentos se resumem a receitas mal formuladas.

Não há duvidas de que a busca sobre como instruir as crianças seja legítima, afinal a primeira lição que os pais aprendem assim que as crianças nascem, é que filhos não vêm como manual. Mas, de qualquer forma, todos nós temos à disposição o Manual da Vida; aquele que é capaz de instruir o homem em todos os aspectos da sua vivência, da vida à morte: a Bíblia. isso porque “Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído em toda boa obra”. (II Tm. 3.16).

A única forma de salvar e resgatar as famílias que hoje estão em franca degeneralização é voltando às raízes da Palavra de Deus. A transformação do lar, e o relacionamento sadio entre pais e filhos somente é possível a partir da renovação proporcionada pela verdade da Escrituras.

PRINCÍPIOS BÍBLICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL FAMILIAR

Obviamente que não consta na Bíblia, apesar da sua completude, todas as indicações pormenorizadas dos cuidados que os pais precisam ter com os filhos, com apontamentos específicos e detalhados que vão da infância até o período adulto; entretanto, ela apresenta princípios gerais que devem nortear a vida em família e a conduta dos pais perante seus filhos. Princípios são fundamentos que dão direcionamento às nossas vidas. São diretrizes nucleares capazes de indicar o caminho pelo qual devemos percorrer. Dicas são passageiras, mas princípios são imutáveis.

“O que precisamos é retornar aos princípios bíblicos para a educação de nossos filhos. Os pais não precisam de novos programas embalados em papel de presente de psicologia; eles precisam aplicar e obedecer a alguns poucos princípios que estão claramente expostos na Palavra de Deus para os pais” John MacArthur

Vejamos então alguns desses princípios, os quais julgamos fundamentais, sem prejuízo de outros que constam na Bíblia, que em virtude da falta de tempo não serão analisados aqui.

PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE

Um dos terríveis males que assola a família hodierna é a tentativa dos pais em “terceirizar” a educação dos filhos, passando para outros a responsabilidade que compete somente a eles. Percebemos claramente a transferência da educação para o governo, escolas, creches, babás, avós, filhos maiores e até mesmo para a igreja. Alguns, pior ainda, jogam a responsabilidade para a “babá eletrônica”.

“Ensina a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”. (Pv.22.6)

A busca moderna de repassar a responsabilidade para terceiros assemelha-se muito ao fato ocorrido no Éden após o episódio do pecado. Quando confrontado por Deus sobre sua desobediência Adão colocou a culpa na mulher. Eva rapidamente apontou o dedo para a serpente. Da mesma forma, no que se refere à educação dos filhos, temos hoje o pai que acusa a mãe. A mãe que acusa a escola. E a escola que culpa a igreja. É um notório jogo de empurra.

Sobre os estabelecimentos de ensino, o que percebemos é que hoje as crianças vão para a escola cada vez mais cedo, com 2 anos de idade em média. Algumas, pasmem, em menor idade ainda. Essa atitude é no mínimo irresponsável, já que queima etapas no que diz respeito à socialização da criança, colocando-a muito cedo em contato irrestrito com o ambiente externo, afinal, como explica Içami Tiba (7), os estudiosos do desenvolvimento infantil dividiram a socialização em três etapas:

Socialização elementar: até os 2 anos, quando a criança aprendia a reconhecer e a educar as necessidades fisiológicas (vontade de fazer xixi, sede, fome).

Socialização familiar: até 5 ou 6 anos, quando aprendia a conviver com o pai, a mãe, irmãos e demais membros da família.

Socialização comunitária:
a partir dos 6 anos, quando começava a vida escolar.

Com isso, o contato social acontece precocemente. Ainda sem completar a educação familiar, a criança já está na escola. O ambiente social invade o familiar não só pela escola mas também pela televisão, internet etc.

Como adverte Içami Tiba: “Esses pais cobram da escola o mau comportamento em casa: “O que vocês estão fazendo com o meu filho que ele me r espondeu mal?” Ou: “A escola não o ensinou a respeitar seus pais” Até parece que quem educa é a escola e cabe ao pai e à mãe uma posição recreativa”(8).

O escritor diz ainda que “para a escola, os alunos são apenas transeuntes psicopedagógicos. Passam por um período pedagógico e, com certeza, um dia vão embora. Mas a família não se escolhe e não há como mudar de sangue. As escolas mudam, mas os pais são eternos” (9).

É claro que cada um desses entes mencionados (escolas, creches, babás, avós e igreja) possui sua parcela de responsabilidade. Não há dúvidas disso. Porém, não passam de terceiros auxiliares, já que a responsabilidade primordial de instruir a criança no caminho em que deve andar é dos pais. Compete a eles, somente a eles, a formação moral dos seus filhos. São os genitores, e não outros, aqueles que possuem a competência do ensino das sagradas escrituras a fim de amoldarem suas personalidades em conformidade com a disciplina e admoestação do Senhor. Esse é o princípio da responsabilidade.

Como adverte John MacArthur, “… o próprio Deus deu aos pais a responsabilidade de educar os filhos – não aos professores, nem aos colegas, nem às babás, nem a ninguém que não pertença à família; portanto, é errado que os pais tentem livrar-se da sua responsabilidade ou transferir a culpa quando as coisas vão mal” (10).

MacArthur diz ainda que “os pais cristãos de nosso tempo precisam desesperadamente aceitar esse princípio simples. Ante o trono de Deus, nós seremos responsabilizados se tivermos deixado os nossos filhos sob outras influências que moldaram o seu caráter em caminhos ateus. Deus colocou em nossas mãos a responsabilidade de educar os nossos filhos na disciplina e na admoestação do Senhor, e nós prestaremos contas a ele pelo nosso cuidado para com esse maravilhoso presente. Se outros têm mais influência sobre nossos filhos do que nós, somos culpáveis e inescusáveis por isso” (11).

Pais, vocês têm tentando transferir a responsabilidade de vocês?

PRINCÍPIO DA AUTORIDADE

O esvaziamento do poder das autoridades devidamente constituídas é uma das claras características desses tempos pós-moderno. O que se vê são professores reféns de alunos; pastores com medo das ovelhas e pais subordinados aos seus próprios filhos. Crise de autoridade, esse é o nome. Até mesmo a Bíblia, que em dias passados exercia supremacia e influencia perante a sociedade, hoje já não é aceita como autoridade – senão religiosa, e olha lá. Ainda, o próprio Estado tem tido a sua interferência na vida dos cidadãos restringida, imperando-se o pensamento de que cada pessoa é responsável pelo sua própria vida, sem que ninguém precise dizer o que ela pode ou não fazer, sempre a pretexto da liberdade.

“VÓS, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra”. (Ef. 6.1-3)


De toda sorte, o apóstolo Paulo já havia “pintado” o cenário atual, denominado-o de tempos trabalhosos, afirmando que nos últimos dias haveriam homens desobedientes a pais e mães (2Tm. 3.2). É claro que a desobediência existe desde a primeira família; mas o que o apóstolo dos gentios pretendia dizer com isso, inspirado pelo Espírito Santo, é que a desobediência contra pais e mães seria uma característica predominante desse período, onde a rebeldia, o desrespeito e a insubordinação generalizada contra os pais seriam condutas normais dentro do cotidiano social. É o que constatamos.



Segundo a Bíblia, o pai é a legitima autoridade do lar. Ele é o cabeça da família. Aquele que detém a autoridade. Esse princípio deve ser entendido, praticado e defendido. Não se concebe que filhos se rebelem contra seu genitores, e isso seja considerado como uma prática normal.

Por outro lado, não se confunde autoridade com autoritarismo. Autoridade é legitima, o autoritarismo não. Este é o exercício ditatorial do poder dentro de casa, fazendo com que os filhos cresçam não com respeito, mas com medo de seus pais, pois tudo quanto fazem ou dizem são rapidamente censurados, corrigidos e castigados. A truculência, a tirania, e a imposição não fazem parte da verdadeira autoridade, afinal ao invés de contribuir para o crescimento e o fortalecimento da família, promove o distanciamento dos seus entes, os quais partem em busca do seu próprio espaço.

PRINCÍPIO DO ESTABELECIMENTO DOS LIMITES

Atender as necessidades dos filhos é obrigação dos pais. Porém, faz-se preciso distinguir entre o que é necessidade do que é apenas consumismo caprichoso. Assim, estabelecer limites para os filhos é necessário e saudável. Como escreveu alguém: “Nunca se ouviu falar que crianças tenham adoecido porque lhes foi negado um brinquedo novo ou outra coisa qualquer. Mas já se teve notícias de pequenos delinqüentes que se tornaram agressivos quando ouviram o primeiro não, fora de casa. Por essa razão, se você ama seu filho, vale a pena pensar na importância de aprender a difícil arte de dizer não. Vale a pena pensar na importância de educar e preparar os filhos para enfrentar tempos difíceis, mesmo que eles nunca cheguem.(12)

“Não remova os antigos limites que teus pais fizeram” (PV. 22.28).

PRINCÍPIO DA INFLUÊNCIA

Pela maneira como a família moderna caminha a impressão que temos é que os pais estão em desvantagem no que se refere à influência sobre seus filhos. Aparentemente, eles são mais influenciados pelos amigos e pela mídia (internet, cinema, televisão, astros etc), do que por seus próprios pais. E o problema é que grande parte dessa influência é negativa. A batalha parecer ter sido perdida. Mas, a Bíblia estabelece que a maior influência deveria partir dos pais. Eles são (ou deveriam ser) os mentores afetivos e morais dos filhos, de forma a incutir neles, por meio de testemunho pessoal e ensino constante, a vivência segundo os padrões bíblicos (Pv. 1.8).

“Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (Dt. 6.6,7)

PRINCÍPIO DA FORMAÇÃO ESPIRITUAL

Os pais cristãos são responsáveis por fazer de seus filhos verdadeiros discípulos de Cristo. Instruí-los desde cedo sobre a leitura da Bíblia, oração, adoração e a participarem dos trabalhos da igreja, a fim de desenvolverem uma espiritualidade sadia e fortalecida, onde possam dizer: “Eu e minha servimos ao Senhor” ((Js. 24.1b).

Ore com (e por) eles;
Leiam a Bíblia juntos;
Louve juntamente com eles;
Vá para Igreja com eles;
Enfatize o valor e importância da Escola Dominical;
Ensine-lhes a santidade de Deus;
Explique sobre o pecado e as suas conseqüências;
Ensine sobre o arrependimento e o perdão;
Fale sobre a obra de Cristo;
Explique sobre seguir e confiar em Cristo.

Deus abençoe a tua família!

O presente ensaio foi usado como texto base em palestra ministrada em Cuiabá/MT

Notas
1) Revista Veja, número 2091, 17 de dezembro de 2008
2) BENTHO, Esdras Costa: A família no Antigo Testamento – História e sociologia. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 24.
3) HORTON, Michael Scott: O cristão e a cultura. [tradução Elizabeth Stowell Charles Gomes]. 2 ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2006, p. 36.
4) MACARTHUR JR., John: Como educar seus filhos segundo a Bíblia. 2 ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2007, p. 15
5) BAUCHAM JR, Voddie. In A Supremacia de Cristo em um mundo pós-moderno. Rio de Janeiro: CPAD, p. 53
6) Disponível em http://veja.abril.com.br/081097/p_084.html
7) TIBA, Içami. Quem ama, educa!. São Paulo: Editora Gente, 2002, p. 180.

Fonte:
http://comoviveremos.com/2008/12/21/a-educacao-dos-filhos-na-pos-modernidade/

domingo, 11 de janeiro de 2009

GRAMÁTICA - Dr. R. J. Rushdoony


O idioma e a gramática são expressões da história de um povo, de sua cultura e religião. Com freqüência ouvimos que a gramática é um tema artificial, e que está sujeita a mudanças e evoluções, enquanto os críticos da nova gramática são acusados de crer que nossa gramática tradicional é, de alguma maneira, uma revelação especial de Deus. Não é necessário (nem sensato) crer que a gramática é revelada por Deus com o objetivo de negar o relativismo radical da nova gramática. A gramática e o idioma são, de fato, relativos a uma cultura, porém, algum grau de relativismo não torna necessário (nem sensato) um relativismo radical. Nem o homem nem seu mundo são absolutos; eles são criação de Deus, de maneira que se relacionam, em primeiro lugar, com Deus, e, em segundo lugar, com o resto da Criação. Existe um grau de relatividade em toda a criação. Aquele que busca um absolutismo neste mundo ao afirmar um relativismo radical não passa de um humanista; ao reduzir todas as coisas em volta do homem e ao sujeitar o mundo do homem ao fluxo e à mudança, ele isola o homem como seu novo absoluto. O fato de que o idioma e a gramática são relativos à fé e história de um povo não significa que não exista um elemento de valor e verdade neles. Pelo contrário, necessitamos dizer que o idioma e a gramática de um povo são um produto de sua história e crença. De modo que o tipo de religião que um povo possui afetará com o tempo profundamente seu idioma e gramática. Além disso, as coisas terão um significado diferente para eles em razão da fé. É porque não entendemos isto que com freqüência reinterpretamos as obras de outra cultura em termos de nosso próprio mundo de significação.

Um exemplo clássico disto é Aristóteles, que jamais entenderia o que falam os escolásticos e modernos ao expor o pensamento aristotélico. Para ele, palavras como “causa”, “substância”, “lei”, “ética”, “natureza” e assim por diante, tinham um significado radicalmente diferente.

Outro fato significativo é que o idioma e a gramática refletem o sentido de tempo de um povo, sua fé religiosa com respeito ao significado do tempo. A civilização chinesa experimentou um relativismo de uns 2.000 anos ou mais, ou, com certeza, uns 1.500 anos da antiguidade. O resultado foi um idioma que em nada se pode comparar com nossa gramática e nosso sentido de tempo. Geralmente, quanto mais desenvolvido for o sentido de tempo de um povo, mais simples será seu idioma. O mandarim e vários idiomas dos índios americanos representam uma ampla divergência quanto à herança cultural, porém ambos têm em comum uma elevada complexidade. Há uma sutileza de expressão para os nuances do momento existencial aliada a uma maneira pouco elegante de tratar com o passado e o futuro. O pensamento(e os idiomas) africanos, nos diz o filósofo africano John Mbiti, carecem de uma categoria de futuro tal como a que se desenvolveu no pensamento ocidental (cristão). A consciência africana está interessada no passado, no presente e no futuro imediato, e qualquer coisa que não se ajuste a essas três categorias é um não-tempo. O conceito linear de tempo também é alheio ao pensamento africano. O tempo real é o presente e o passado. Se os eventos futuros são parte do ritmo constante, inevitável e necessário da natureza são considerados tempo potencial. De modo que o amanhã é, no geral, simplesmente aquilo que aconteceu ontem e hoje. Esta idéia de tempo também é comum a uma boa parte do mundo antigo, Ásia, e ao homem moderno tal como hoje o vemos.1

Ilustremos essa diferença quanto ao tempo citando duas declarações bastante similares com significados muito diferentes. De acordo com Plutarco, o templo de Ísis em Sais tinha esta inscrição: “Sou tudo o que chegou a ser, e o que é, e aquilo que será; e nenhum homem me levantou o véu”. Contraste isto com a declaração de nosso Senhor: “Sou o Alfa e o Ômega, princípio e fim, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Ap. 1:8). Ísis declara que ela mesma é o processo, o processamento do tempo e do ser. Tudo chegou a existir a partir dela e é idêntico a ela, o que é um conceito panteísta. Ela é o passado e o presente e tudo o que foi e é. Porém, não há aqui conhecimento do futuro: ele está velado e para além do conhecido. Ísis(do ponto de vista do amanhã) nem vê nem é vista. De modo que temos aqui um mundo de casualidades, não de predestinação.

Em contraste, Jesus Cristo, o Deus Todo-Poderoso, declara ser o Eterno, o criador de todas as coisas e a única fonte do significado de todas as coisas, seu Alfa e Ômega. Além disso, Ele é o ser absoluto que predestina todas as coisas e que deverá aparecer ou vir para jugá-las. Deste modo, as duas declarações “similares” são totalmente diferentes e opostas em significado. A declaração de Cristo reestruturou os idiomas e as gramáticas ocidentais, e, através da tradução da Bíblia, está reestruturando os idiomas dos povos ao redor do mundo. A tradução da Bíblia é uma tarefa árdua porque implica na reelaboração de um idioma com o objetivo de que carregue, de fato, o significado da Bíblia. Isto significa uma nova visão do mundo, de Deus, do tempo e da linguagem. Um missionário me disse certa vez que um nativo convertido que tinha porções da Bíblia na tradução de Wycliffe havia comentado: “Agora falamos uma nova língua”.

Todos os nossos idiomas ocidentais manifestam claramente as marcas da fé e da tradução da Bíblia. Eles foram se tornando cada vez mais próximos das categorias bíblicas de pensamento e significado. Nossas idéias de gramática, tempo, sintaxe e estrutura, de pensamento e significado possuem cicatrizes cristãs. Está muito claro que nosso idioma e gramática são relativos, mas relativos a uma herança da fé bíblica. A nova gramática é hostil a está fé e tradição: sua motivação é um humanismo existencialista. Qualquer compromisso com este humanismo implica numa entrega radical de muito mais do que formas de linguagem.

1 Ver Peter Berger, Brigitte Berger, Hansfried Kellner: The Homeless Mind, Modernization and Consciousness, p. 149-151. New York, N.Y.: Random House, 1973.

Tradução: Márcio Santana Sobrinho

Fonte: The Philosophy of the Christiam Curriculum, p. 48-50.

http://www.monergismo.com/textos/educacao/gramatica_Rushdoony.pdf

LÍNGUAS ESTRANGEIRAS - Dr. R. J. Rushdoony

Os Padrões Básicos de Ohio/EUA nos dão um resumo da filosofia humanista com referência ao estudo de língua estrangeiras:

Aprender uma língua estrangeira na escola primária contribui significativamente para o desenvolvimento dos talentos e interesses potenciais do estudante ao ampliar os conceitos da linguagem e aumentar a habilidade de comunicação. Ajuda a criar um maior apreço pela vida em outros rincões lingüísticos e culturais, dando ao estudante a possibilidade de participar mais efetivamente numa sociedade democrática moderna que mantém extensas relações políticas, econômicas e culturais com povos de muitos idiomas e culturas.1

Essa é uma boa declaração do ponto de vista humanista. O ponto central é o homem e a sociedade. Os idiomas estrangeiros se apresentam como vantajosos a partir de uma perspectiva humanista. Contudo, o estudo de idiomas estrangeiros caiu em importância há alguns anos, e a razão para isso é o desenvolvimento das formas pragmáticas e existenciais de humanismo. O humanista moderno não está interessado no humanismo grego, nem no Iluminismo; o humanismo mais recente foca na atualidade, no aqui e agora. Como resultado, mais e mais jovens simplesmente dizem: “Eu não tenho que obrigatoriamente saber um idioma estrangeiro”. E em termos práticos modernos, geralmente eles estão corretos.

Então, como justificaremos o estudo de línguas estrangeiras? Estudaremos latim porque ser tão importante no desenvolvimento do português? Então temos que dizer que o árabe e o tupi-guarani também merecem estudo, se concordarmos sobre a importância do papel histórico do latim. Estudaremos francês porque foi por muito tempo o idioma da diplomacia e dos assuntos internacionais? Foi assim também com o grego, especialmente quando esteve debaixo do domínio bizantino, por não menos que 80 anos. O alemão é o idioma da erudição, porém não tanto quanto o inglês.

O fundamento humanista que se oferece para valorizar os idiomas enfrenta muitos problemas. Primeiro: a tradição mais antiga e clássica sustentava que certos idiomas estrangeiros eram básicos para a vida da cultura. Este fundamento não é nosso.

Segundo: o humanismo recente foca somente em uma necessidade, que é de caráter contemporâneo, e busca sua justificativa apenas em termos do presente. Porém, existe um terceiro fator. O humanismo enfatiza aqueles idiomas que são mais básicos para a história do humanismo: o grego clássico, o latim, o francês, o alemão, e mais recentemente o russo, o chinês, o inglês e, para alguns, o espanhol. Todos estes idiomas compõem os esforços e os mais caros sonhos humanistas. Um laço religioso os une: a fé humanista.

Embora falando de idiomas estrangeiros, também devemos pensar de maneira religiosa. Isto significa que, em primeiro lugar, devemos dar prioridade aos idiomas bíblicos, o hebraico e grego. A educação americana colonial enfatizava estas duas línguas, e com freqüência ambas eram ensinados a crianças de cinco anos de idade. O ponto mais importante é que os Puritanos estavam educando seus filhos para a vida em uma comunidade cristã debaixo da autoridade de Deus. Eles sentiam, em conseqüência, que o conhecimento mais básico era o da Palavra de Deus, e de cada esfera da vida vista em termos da Palavra de Deus. De modo que o estudo da Escritura era algo básico para toda a educação humana. Para aqueles que tinham mais aptidões, os idiomas bíblicos eram uma necessidade.

O humanismo clássico insistia na necessidade do latim e do grego clássico. O humanismo moderno tende a ver os idiomas estrangeiros de maneira pragmática e geralmente como algo periférico. A educação cristã verá o hebraico e o grego do Novo Testamento como idiomas básicos. É digno de nota que algumas escolas cristãs secundárias estão considerando inserir este ponto.

Segundo: assim como Adão foi chamado para exercer domínio e subjugar a terra (Gn. 1:26-28), assim o homem redimido é enviado a todo o mundo com a mesma comissão debaixo da autoridade de Cristo (MT. 28:18-20). Isto requer que o cristão adquira renome e domínio em todos os âmbitos e que seja um promotor do império de Cristo, afirmando os direitos da coroa ostentados por Cristo, o Rei, em todas as áreas, contra as formas imperialistas, sejam elas nacionalistas ou internacionalistas.

Assim, não deve nos surpreender que o estudo de idiomas estrangeiros nunca foi sequer remotamente igual entre os povos não-cristãos ao que se deu na cristandade. O cristianismo fomentou o estudo dos idiomas estrangeiros por ver sua comissão como necessária para todo o mundo. De modo que interessa aos cristãos não apenas o grego e o hebraico, mas todos os idiomas estrangeiros modernos. As escolas cristãs, em geral, enfatizam o estudo de idiomas estrangeiros mais do que as escolas públicas.

Mas isto não é tudo. O trabalho de maior destaque no campo lingüístico, não comparável com a obra de nenhuma universidade ou centro de pós-graduação, se deu por conta dos Tradutores Bíblicos Wycliffe. Em nenhum outro campo os cristãos se acham mais claramente na vanguarda do que no campo da lingüística. Os cristãos são os únicos internacionalistas verdadeiros, porque seu vínculo com os demais povos se fundamenta no Criador e Redentor de todos.

Terceiro: nossa fé como cristãos é única na ênfase que põe sobre o idioma como o veículo e canal da revelação de Deus, e também porque nos fala da origem dos diversos idiomas na maldição de Babel. Ao longo dos séculos, foi atribuído a vários idiomas o papel de língua dos grandes temas internacionais, porém se deve dizer que nada operou mais pela produção de um idioma único do que a Bíblia. A Bíblia reestrutura todo idioma para o qual é traduzida, e deste modo o aproxima de todos os demais. As formas atuais dos idiomas da cristandade se devem mais a Bíblia do que a qualquer outro fator.

Os idiomas ocidentais, em seu desenvolvimento, experimentaram uma reestruturação teológica, e portanto, são diferentes de outros idiomas justamente por isto. Estes idiomas nos dão como resultado um mundo de pensamento com o qual nos vamos familiarizando: não somos totalmente estranhos para eles, como o seríamos para a língua de um povo não convertido. Toda língua expressa uma experiência e uma tradição teológica. A seu devido tempo, os eruditos cristãos produzirão notáveis estudos em lingüística, desenvolvendo precisamente este aspecto da linguagem.

1 Virignia M. Lloyd, editor: Minimum Standards for Ohio Elementary Schools, p. 45. Columbus, Ohio: Departamento de Educación Del Estado de Ohio, 1970.

Tradução: Márcio Santana Sobrinho

Fonte: The Philosophy of the Christiam Curriculum, p. 85-87.
http://www.monergismo.com/textos/educacao/linguas_estrangeiras_Rushdoony.pdf

A FILOSOFIA DA DISCIPLINA - Dr. R. J. Rushdoony


Antes de podermos discutir o significado de disciplina, é sumariamente necessário esclarecer que ela não deve ser confundida com castigo. Essas duas palavras necessitam de uma definição cuidadosa. Castigo provém do latim castus, puro, casto, e está relacionado com castidade. O castigo é corretivo e seu propósito envolve misericórdia. Seu significado está claramente descrito em Hebreus 12:5-11. O castigo se apresenta ali como evidência do amor e interesse do Pai por seus filhos ao corrigi-los.

Castigo sem disciplina é ineficaz. Muitos pais pensam que, ao castigar fisicamente seus filhos ou dar-lhes reprimendas intermináveis, vão discipliná-los de uma maneira efetiva. Mas a menos que alguém seja, antes de tudo, disciplinado, o castigo de nada servirá. Tudo que sobrará para ela é punição e juízo.

Disciplina é instrução e direção para um estilo de vida ordenado que chega a se tornar uma segunda natureza para a pessoa envolvida. A disciplina costumava definir-se nesses termos. Nos termos da antiga e hoje obsoleta disciplina do exército, um soldado era treinado e instruído até o ponto em que suas respostas a certas situações, ordens e problemas fossem automáticas. Era algo comum para os soldados bem treinados descrever como, em uma situação crítica, reagiram instantaneamente e fizeram todas as coisas corretas sem ter a oportunidade de refletir sobre elas. Os bons motoristas, os que são disciplinados, fazem o mesmo: em uma situação crítica reagem de forma instantânea e correta antes de se darem conta do que fizeram.

A disciplina cristã é similar. A criança é treinada sistematicamente na fé, no conhecimento da Bíblia e suas exigências, em toda área necessária de estudo, e é tão completamente imbuída nisto que chegar a ser parte de sua natureza. Ela age e raciocina nestes termos.

A disciplina cristã é uma parte necessária da santificação. É algo básico para a regeneração. O homem regenerado é o mais disciplinado, porque tem o fundamento, uma nova natureza, que está em plena harmonia com a disciplina que se requer dele. Quanto mais cresce em termos dessa disciplina, mais útil chega a ser para seu Senhor. Contudo, mesmo sem a regeneração, a disciplina cristã traz muitos benefícios.

Sabemos que em 1815 a idade média dos criminosos nos Estados Unidos era de 45 anos; demoravam-se alguns anos para que alguém, mesmo não regenerado, suprimisse a disciplina da então educação universal cristã. Por outro lado, os adultos que agora são convertidos mas que possuem um histórico de indisciplina na família e em sua vida escolar geralmente têm um obstáculo insuperável a vencer.

Um homem que apenas sabe ler e escrever, e cuja habilidade para organizar e ordenar sua vida é quase nula, chega a ser, ao converter-se, um filho redimido de Deus, porém um filho muito ineficiente. A disciplina cristã requer a cooperação da igreja, da família e da escola. A igreja é um ponto seriamente débil nesta situação. A disciplina da escola dominical geralmente é capenga, e carente de disciplina. Até mesmo os membros adultos da igreja são indisciplinados, e o que a igreja ensina é pouco para remediar a situação.

A santificação piedosa requer disciplina. Muitos pastores e igrejas preferem substituir a disciplina pelo entusiasmo, e isto agrava o problema, porque nada pode tomar o lugar da disciplina. No entusiasmo, eu sou soberano, não Deus; chego a me emocionar com algo, e respondo a isto: é uma decisão minha. Na disciplina cristã, eu sei que, devido a pertencer ao Senhor, é minha responsabilidade, privilégio e prazer fazer aquilo que Deus requer de mim. Ajo como um discípulo, não como um senhor.

É obrigação da igreja ensinar a disciplina e o discipulado. Os pais e os filhos necessitam ser instruídos sistematicamente no significado e exigências da disciplina. Hoje, em quase todas as igrejas, grande parte das crianças e dos jovens demonstram uma óbvia falta de disciplina.

A escola cristã deve animar cordialmente às igrejas para que ensinem e preguem sobre a disciplina. Há muitos textos excelentes na Escritura sobre o tema, especialmente em Deuteronômio e Provérbios. Considere Provérbios 22:6:“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” Anualmente se deve enviar às igrejas listas de versículos, informações sobre a escola cristã, e uma nota sobre a necessidade de que a igreja, a família e a escola trabalhem juntas para ensinar a disciplina.

Os pais necessitam saber que não estão pagando à escola cristã para que ela assuma e resolva os problemas de educação e disciplina, mas para que ajude os pais nessa tarefa. A escola deve enviar a todos os pais declarações escritas, não somente didáticas, mas de cooperação. Os pais não gostam de ouvir sobre como devem lidar com seus próprios filhos, de modo que qualquer declaração requer tato e inteligência. Deve-se enfatizar que a disciplina requer a cooperação da igreja, da escola e da família. Cada um tem sua própria tarefa distinta e não pode infringir a tarefa do outro.

A escola, para cumprir sua própria responsabilidade com respeito à disciplina, deve ela mesma ser disciplinada. Isto também é algo que muitas vezes falta. As melhores escolas buscam continuamente crescer em sua capacidade de ensinar, em seu conhecimento das matérias, e em sua própria fé. Algumas escolas realizam reuniões anuais de mestres para trabalhar na melhoria do ensino; outras participam de conferências regionais. De uma forma ou outra a escola tem a obrigação de ser disciplinada. Escolas e professores indisciplinados não podem produzir estudantes disciplinados.

Além disso, a disciplina não é algo que se relaciona diretamente com a vida da família, da igreja ou da escola, mas sim com uma vida aos pés de Deus, aonde quer que estejamos. À luz da Escritura nos é dito que o propósito da educação hebraica é “educar a criança com o objetivo de prepará-la e equipá-la para ser um servo de Deus; é educação dos filhos para Deus.”1

A educação romana antiga, por outro lado, “não era a transmissão do conhecimento; era a transmissão da tradição.”2

Nossa disciplina é um fracasso se sua natureza essencial for a transmissão de uma tradição, presbiteriana, batista, episcopal, ou qualquer outra que se queira. Até pode ser uma boa tradição, porém o propósito da disciplina deve ser um objetivo maior: o discipulado em Cristo. Para esta disciplina, a igreja, a escola e a família têm, cada uma delas, sua contribuição distinta a fazer: preparar a criança para ser o mais competente possível na vida em cumprimento ao seu chamado aos pés de Deus.

Tradução: Márcio Santana Sobrinho
Fonte: The Philosophy of the Christiam Curriculum, p. 121-123.
http://www.monergismo.com/textos/educacao/filosofia_disciplina_Rushdoony.pdf
1 William Barclay: Train Up a Child, Educational Ideals in the Ancient World, p. 48. Philadelphia, Pennsylvania:
Westminster Press, 1959.

2 Ibid., p. 159

O PROFESSOR COMO ESTUDANTE - R. J. Rushdoony

Os melhores professores não são os doutores; muitos doutores vêm a si mesmos como produtos acabados, sem necessidade de crescimento. Em meus próprios dias de estudante na Universidade de Berkeley, era raro um membro da faculdade que continuava seus estudos depois de se tornar professor em tempo integral. Muitos dos professores mais antigos utilizavam planos de aula preparados pela primeira vez durante os anos da Primeira Guerra Mundial, contavam as mesmas anedotas antigas e desgastadas, e estavam muito vagamente familiarizados com as pesquisas mais recentes em seu campo. Haviam deixado de ser estudantes e por isso se tornaram irrelevantes.

Poderia se argumentar que um professor de universidade ou curso necessita crescer, mas um professor de primário ou secundário não. Qual a necessidade de um professor de segundo grau se manter em dia e crescer como estudante?

A aprendizagem implica, entre outras coisas, disciplina, um desejo de aprender e comunicar. Não podemos incutir em outros o desejo de crescer se nós mesmos não o temos. A maioria dos bons mestres regozijasse no estudo. Um professor pode ensinar aos alunos como ler, porém o amor pela leitura vem, ao menos em parte, através de um mestre que tem a leitura em alta estima. Como alguém que sempre gostou de estudar História, posso recordar das grandes diferenças no ensino dessa matéria por parte de meus professores desde a escola primária até a universidade. Com alguns foi um “tédio mortal”; com outros foi uma emocionante descoberta de significado. Além disso, normalmente quanto maior é nosso domínio de uma disciplina, maior é nosso interesse por ela. No banquete anual de uma sociedade médica fiquei estupefato ao descobrir que as esposas de três médicos em minha mesa sabiam muito mais sobre esportes do que a maioria dos homens. Podiam citar estatísticas, lembrar de jogadas e fornecer currículos quase como se fossem repórteres profissionais.

Originalmente todas detestavam completamente esportes. Casando com médicos que tinham muitas emergências noturnas, se voltaram para a televisão e pouco a pouco foram se interessando por esportes, até se converterem em pessoas notavelmente informadas a respeito de várias modalidades. Na medida em que crescia seu conhecimento, seu interesse também cresceu. Da mesma forma, estas três mulheres tinham um conhecimento muito extenso das áreas de especialização médica de seus respectivos maridos e estavam interessadas nas novas idéias de seus campos profissionais.

O professor que não cresce em conhecimento de suas matérias, em sua metodologia e conteúdo, é um professor muito limitado, e seus estudantes são aprendizes “subprivilegiados”. A aprendizagem é em parte uma disciplina. Um professor indisciplinado é um fraco aprendiz e, geralmente, um fraco professor.

Quais são as características de uma pessoa indisciplinada? A pessoa indisciplinada, seja um professor, pastor, dona de casa ou homem de negócios tem, primeiro, uma grande quantidade de trabalho atrasado que nunca termina. É verdade que muitos de nós recebemos uma quantidade tão grande de trabalho que se torna impossível realizá-lo na quantidade de tempo de que dispomos, porém, com a pessoa indisciplinada, mesmo as tarefas básicas ficam por fazer.

Segundo, a pessoa indisciplinada acha suas obrigações desagradáveis porque se sente cada vez mais acossada por um triste sentimento de culpa devido a todas as obrigações não terminadas. Este sentimento de culpa conduz à ansiedade; também atrapalha o repouso, e mesmo que tire férias, o repousa lhe foge. De modo que a vida se acinzenta, e a paz se perde em razão das tarefas por concluir.

Terceiro, uma pessoa indisciplinada acha difícil iniciar uma tarefa. O tempo não é o apropriado, ou é muito pouco, ou se está muito cansado, e o trabalho se posterga. E quando inicia ocorrem todo tipo de pequenas interrupções: apontar os lápis, pegar um copo d’água, e assim por diante, supostamente para facilitar o trabalho, porém, na realidade, tudo isto serve para ir matando o tempo e deixando tudo para depois. Assim o trabalho só é feito no último minuto; ignorando as leituras necessárias, e tudo o mais.

Como podemos evitar este tipo de problema? Ou, melhor ainda, como o criamos? Nosso problema é este: deixamos por último o trabalho que menos nos agrada fazer, e então, já cansados, temos todo tipo de “boas” desculpas para não fazê-lo. A chave para uma boa disciplina de trabalho é fazer primeiro todas aquelas coisas que menos gostamos, ou que não gostamos de modo algum. Porque as faremos de cabeça fresca. Quando asterminamos, estamos livres para fazer as coisas que gostamos. Ao invés de trabalhar com um impertinente sentimento de culpa, trabalhamos em feliz liberdade.

Ademais, trabalhamos com maior eficiência, rendimento e concentração. Outro assunto que precisamos tratar é a comunicação. Em todo ensino, nos comunicamos com nossos estudantes. Um dos perigos de ser mestre ou pregador é que sempre estamos falando. Falar pode ser uma barreira para a aprendizagem e a comunicação, ou o médio mais
importante para elas. Podemos encher nosso discurso com todo tipo de informação que não vem ao caso e passar por cima do fundamental.

Outros tratam de demonstrar seu raciocínio com tantos textos prova e argumentos que ao fim já esquecemos o que era mesmo que se estava querendo provar!

Nosso ensino deve estar bem organizado e sistematizado; se nós mesmos não temos a inclinação por ordenar nosso pensamento, nosso ensino também não o terá. De modo que o verdadeiro professor está sempre disciplinando a si mesmo com vistas a transmitir uma aprendizagem disciplinada a seus alunos.

O professor como estudante é, antes de tudo, um estudante da palavra de Deus. Ser estudante significa avançar e crescer. Um pastor cujos filhos terminaram todos muito mal sempre dedicou um tempo de leitura da Bíblia pela manhã e à tarde antes das refeições. De modo que lia as Escrituras constantemente, na mesa, em seu escritório, e nos cultos. Porém, em sua pregação atual não há mais compreensão do significado de um texto do que havia vinte e cinco anos atrás: ele diz hoje as mesmas coisas que dizia antes, sem nenhum crescimento em seu conhecimento da Escritura. Em poucas palavras, ele lê como um ritual, e sem entendimento.

Também devemos acrescentar que lê sem o Espírito Santo, pois nosso Senhor nos disse muito claramente que o Espírito Santo, acima de todos, é nosso Mestre: “o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas” (João 14:26). Também nos diz que o Espírito Santo é o fundamento de toda verdadeira aprendizagem: “E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento” (1
João 2:20). Alguns outros textos que falam do Espírito Santo como mestre são: Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. (João 16:13)

Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou. (1 João 2:27)

Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro. (1 João 4:6) O Espírito Santo é o mestre de “toda verdade”. Somente aqueles que pelo Espírito conhecem a Cristo como Senhor de sua salvação podem conhecê-lo como o Criador, e o Senhor de todas as artes, ciências e da aprendizagem.

Nosso crescimento no ensino requer nosso crescimento por meio do Espírito Santo e debaixo de seu ensino. Devemos nos converter em bons estudantes como passo necessário para chegarmos a ser bons mestres. Nossa profissão recebe grande destaque na Escritura: nosso Senhor foi Mestre, e o Espírito Santo é nosso Mestre contínuo.

Não podemos atender a nosso chamado de forma medíocre, nem entristecer o Espírito Santo abusando de nosso chamado.

Tradução: Márcio Santana Sobrinho
Fonte: The Philosophy of the Christiam Curriculum, p. 132-135.
http://www.monergismo.com/textos/educacao/professor_estudante_Rushdoony.pdf